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26 dezembro, 2013

Você ouviu isso?


B E S T F R E I N D  | via Facebook

Acho linda a forma como a música tem poder sobre nós, meros mortais. 
Simples ondas mecânicas propagando-se por nossos ouvidos e ilustrando nossas vidas, como quem traduz um livro ou um filme com legendas. 
Cada nota é capaz de nos tocar de alguma forma, seja de um jeito dolorido ou não, revelando sentimentos que sequer imaginamos existir. É incrível, não? Saber que, dependendo do tom e do timbre, alguma parte nossa reage. 
Mais incrível ainda é ver que essa parte não é física. O som é capaz de mexer por dentro da gente. Revirar nossos estômagos, encantar nossos corações. Por vezes até abrir nossas bocas tamanho espanto. 
E todas aqueles notas grudam, penetram nosso ser e ficam, encaixam-se conosco. Uma boa melodia é lembrada para sempre, muitas vezes relacionada a alguma fase de nossas vidas. 
Engraçado como um simples som pode causar tamanho eco em nossas lembranças. Como um dó nos remete à infância tão rapidamente e um sol brilha em nós uma tarde inteira já vivida. 
É bonita a forma como somos embalados por essas ondas que não molham mas inundam. Que não balançam, mas mexem com a gente. Que não permitem barcos mas mesmo assim nos levam à viagens extraordinárias. Melodia encanta, emociona, faz chorar ou sorrir como nada mais. Nos faz fugir ou querer ficar. Às vezes inspira, em outras, faz adormecer. É a onda mais bonita que eu conheço depois daquelas que se quebram na praia. A diferença é que esta não apaga os passos na areia, só os destaca mais. 
Sem ela, a vida seria um erro. E um erro sem direito a trilha sonora.


19 dezembro, 2013

♪ Sereno é quem tem a paz de estar em paz ♫

Tá vendo a felicidade ali na frente? 
Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de DOR na frente. 
Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo, a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la para trás é continuar andando. 
Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. 

Eu não minto. Vai passar.

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10 dezembro, 2013

Não é sobre você. É sobre eu tentando pensar em outras coisas.

Ás vezes, eu acordo no meio da noite para virar o travesseiro de lado, mas aí eu lembro que essa mania era dele e não minha. E faz falta o peso do braço apoiado na minha coxa.. Reaprender a dormir.
Outras vezes, estou cozinhando e me flagro pensando: pimentão ele não come, carne com gordura ele não come, tomate... tem que ter tomate! 
Eu me pego comprando bombom Charge e aquele doce 'pé de moça' só para deixar jogado no fundo da bolsa e agradar ele mais tarde, só que não vai ter outro mais tarde com ele.. 

30 novembro, 2013

Um dia alguém vai

Um dia alguém vai se apaixonar pelo seu sorriso torto. 
Alguém vai precisar ouvir a sua voz antes de dormir e querer o seu bom dia para começar bem. 
Um dia alguém irá querer carregar as suas dores e trazer um pouco de alívio. 
Esse alguém também irá aceitar as suas falhas, pedoar os seus maus entendidos e respeitar os seus silêncios mesmo que não entenda. 
Alguém com quem você poderá até ter discussões exageradas, mas nunca irá embora. 

22 novembro, 2013

Aí eu resolvi assistir filme francês...

Desde que eu descobri a série francesa 'Les Revenantes' (vou fazer outro post pra falar da série, prometo), me surpreendi com o material da indústria e resolvi assistir mais coisinhas de lá.

Aí resolvi começar pelos filmes românticos. Por acaso tropecei nesse poster: 

17 novembro, 2013

Coisa chata.

Eita homem para me beijar! Minha mãe deveria me prender em casa, me proteger, sei lá. Onde já se viu andar com um homem desses? 
O homem me busca todas as vezes, me espera na porta, abre a porta do carro. Isso quando não me surpreende e fala 456 elogios em menos de cinco segundos. Para piorar, ele ainda tem o pior dos defeitos da humanidade: ele esqueceu a ex namorada. 
Depois de anos me relacionando só com homens obcecados por amores antigos, agora me aparece um obcecado por mim! 
i'm in love with my sadness | via TumblrFala se tão de sacanagem comigo ou não? Como é que eu vou sofrer numa situação dessas? Como? Me diz? Durmo que é uma maravilha. A pele está incrível. A vida tá de uma chatice ímpar. 
Alguém pode, por favor, me ajudar? Existe terapia pra tentar ser infeliz? Outro dia até me belisquei para sofrer um pouquinho... Mas o desgraçado correu para assoprar e dar beijinho.

:)

06 novembro, 2013

Um bocado.

Um bocado de sorrisos, de abraços. Um bocado de fins de tarde com por do sol. Um bocado de chocolate e Coca-Cola infinito. Um bocado de paciência. Um bocado de carinho e sussurros no meu ouvido. Um bocado de abacaxi com hortelã para fazer suco. Um bocado de invernos, outonos, primavera e verões; tempo. Uma casa; um lugar. Um bocado de livros, de música, de confiança. Um bocado de saúde, de coragem. De amor. Um bocado de viagens. Um bocado de encontros inesperados, de vitórias. Um bocado de festas, danças, um bocado de gente. Um bocado de culinária. Um bocado de otimismo, um bocado de gratidão. Um bocado de erros - assumidos. Um bocado de relações. Um bocado de espiritualidade. Um bocado de sonhos, um bocado de histórias para ouvir e para contar. Um bocado de alegrias, um bocado de pé no chão; realidade. Um bocado de perdão, um bocado de cuidado. Um bocado de comprometimento, um bocado de planejamento, um bocado de objetivos. Um bocado de experiência, um bocado de gentileza. Um bocado de bolinhas de sabão e um bocado de verdade.

20 outubro, 2013

Ele me mandou embora e fui mesmo.

Sabe, cara, eu tenho que confessar que quando eu mandei ela embora, eu fiquei esperando ela voltar. Eu fiquei exatos 145 dias esperando uma ligação, uma mensagem, até um sinal de fumaça eu estava aceitando. 
Eu lembro que a última vez que eu a vi, ela vestia uma calça preta e uma camisa verde que deixava ela ainda mais linda. Eu sempre gostei disso nela, dessa coisa dela parecer mais bonita que todo mundo mesmo que tivesse de pijama e sem maquiagem. Ela tem uma coisa diferente, sabe? Ela não é como as outras, ela gosta de rock n' roll, mas eu lembro que ela sabia a letra inteirinha de uma musica do Restart. Ela vestia roupas curtas, mas ela ficava estranhamente inocente com essas roupas. Ela era tão minha, só de olhar para ela eu sabia que ela era minha… Era… 
Não é mais porque eu achei que a vida com ela seria monótona demais, sei lá, achei que não ia dar certo porque a gente dava certo demais, e eu fiquei com medo de em algum momento ela ir embora e me deixar. 

13 outubro, 2013

Nas gavetas da velha cômoda.

2012 abril « Blog Celia Neri – Babados & Bordados



Todo dia eu acordo e me separo de você. Levanto, guardo os sonhos na gaveta da velha cômoda e troco o pijama. Saio de casa em rotineira condição. Reparo em minha própria sombra no chão e sinto falta de outra, que sempre esteve ali do lado. Como distrair o pensamento de algo que se quer pensar, mas não se deve? Como calar o que sente para não mais sentir? Não sei.

Todo dia eu acordo e me separo de você. Sigo meu caminho e busco outros prazeres. Preencho as lacunas de pensamento com chocolate e televisão. Troco os móveis e outras coisas de lugar para que nada me lembre o que eu não devo lembrar. E, diante do espelho, me convenço de que tudo isso é essencial. Chega uma hora, na vida, que temos que adotar algumas medidas de segurança. É quando percebemos que só nós mesmos podemos nos salvar. Então, fica combinado assim: eu me salvo e você se salva. E a gente se vê qualquer dia. No último instante da história ou, quem sabe, nunca. Só em sonhos. Daqueles que guardamos nas gavetas da velha cômoda.

Todo dia eu acordo e me separo de você. Pago contas, anoto recados, vou ao cinema, pego trânsito e pareço seguir em frente. Me separo de você e de tudo o que não quero mais viver. E encerro qualquer tipo de possibilidade de diálogo que possa fazer voltar atrás. Pois o tempo não se curva; nada acontecerá novamente. Já não somos mais os mesmos. E faz tempo.

06 outubro, 2013

Nunca mais foi o mesmo.

Depois do primeiro oi.
Sempre fui a favor do desapego. Sempre o pratiquei. Memória seletiva, manter só o que realmente importa. Sempre funcionou. Costumava dar certo. Mas não agora.

Vem sendo difícil me expressar direito. 
Vim aqui dizer algo, e se fosse pessoalmente, eu estaria aí na sua frente, leitor, andando em círculos. O que era mesmo? Ah, sim.. O primeiro Oi.

Adoro a palavra "oi". 
Mal parece expressão fática de tão expressiva e comunicativa que é. Como dizer melhor sobre reencontro, o prazer de avistar, a brevidade do cruzamento, até a brasilidade do cumprimento?
O "oi" expressa alegria rápida, surpresa e, como som, é completo, redondo e, por ser um ditongo monossilábico decrescente, termina rapidamente e com conclusividade o que tem de dizer.
O "oi" é ótimo.
E foi um "oi" que estragou tudo... Tirou a graça de todos os outros.


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30 setembro, 2013

O encontro, o desencontro, o reencontro, o final feliz.



Quando se trata de relacionamentos eu sempre tive esse questionamento: Como uma pessoa que antes eu nem conhecia, hoje é meu principal pensamento?
Parte de amar alguém é isso: É ver o sentimento criar um passado que não existe, como se a pessoa houvesse participado de toda a sua vida e ainda suprir a falta de outras lembranças. Sim, é meio mágico.

Mas quando você diz "Eu te amo" está fazendo uma promessa com o coração de outra pessoa. Deveriam honrar isso.
E tem ainda aquele medo do olhar da pessoa. Medo de a pessoa olhar fixamente e de repente descobrir tudo o que se passa na minha cabeça.

Nem dá pra exigir dos outros que entendam como eu me sinto, porque não passaram pelas mesmas experiências que eu.
É fácil não dizer. Difícil é não sentir.
Queria mostrar coisas. Queria dizer coisas.

Temos os momentos simples com pessoas maravilhosas que são aqueles que a gente guarda a vida toda e fica querendo viver de novo.
Meu medo e minha felicidade andam juntos. Quanto maior a felicidade maior o medo de tudo acabar.

Minha última teoria é de que, talvez, o final feliz seja só seguir em frente.


23 setembro, 2013

Choque.

Sou uma garota táctil.


Sou de abraçar, de tocar, gosto de correr os dedos pelos cabelos ou costas em um carinho amigável. Massagem, mãos dadas. Cafuné. Gosto de estar junto, gosto dos esbarrões, daquele roçar de pele que acontece meio sem querer. 

O toque me traz conforto e tranquilidade. Afeto. É do que mais sinto falta. 

E às vezes dá vontade de beijar ele do modo como nos beijamos na primeira vez: nossos dentes se batendo, o corpo dele se inclinando contra o meu apertado, meus cabelos soltos tocando de leve nos braços dele; um beijo bom mesmo, com os dois sem pensar nada além do beijo, porque seria perigoso pensar em qualquer outra coisa além de quão gostoso era.

A única coisa que me impede agora, não é como esse beijo seria errado - foi tudo meio errado mesmo, quase que desde sempre -, mas como agora é realmente perigoso sequer pensar sobre isso.

18 setembro, 2013

Manuscrito.



E é todas as minhas incertezas, é meu texto inacabado, as histórias que escrevo insanamente com vírgulas e reticências, mas nunca incremento com um ponto final. 
É minhas interrogações, minhas perguntas sem respostas, minhas palavras sem sentido. Porque quando se trata disso eu nunca sei. Dá um sorriso, depois o rega de dúvidas e não dá o devido tempo para florescer; e dá uma lagrima, mas a seca antes de ela se derramar por completo. 
E é meu conto de fadas, mas não seguimos o script da Cinderela, porque daqui eu não consigo ouvir as badaladas do relógio, eu não consigo ouvir a contagem regressiva para a meia-noite e não há nenhum sinal de que minha carruagem está virando abóbora, que meu cabelo e minhas roupas estão se desfazendo, não há nenhuma sinal se quer para que eu saia correndo. 

16 setembro, 2013

Combinamos.

Combinamos que não era amor. 
Escapou ali um abraço mais forte no meio do escuro. Mas aquilo ali foi só sono, foi a inércia do amor que estava no ar mas não necessariamente em nós... Nem sei o que foi aquilo. 
A gente foi a shows, bares, cursos e essas coisas que namorados fazem. Mas amigos fazem também, não? Somos amigos. Escapou ali uma mão que quis esquentar a outra, mas a gente fez parecer nada, como sempre. 
A gente combinou que não era amor. Você abriu minha coca-cola, comeu meu doce predileto e fuçou as minhas músicas no celular enquanto estávamos no trânsito. Mas ainda assim e com todo o resto, não somos íntimos. Nada disso. Só estávamos reunidos nesses momentos, porque tínhamos uma coisa muito simples em comum: nada melhor pra fazer. Só isso. É o que está no contrato. E eu assino embaixo. Melhor assim. Muito melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor!

07 setembro, 2013

Você fica.

O meu coração já decidiu. 
Não experimente tirar a sua concentração de cima de mim. Nem pense em se afastar, quando se apaixona ou se lambuza em outra pele. Não adianta. Você é fraco demais pra esquecer. Você tem muito buraco negro, nessa sua vida, me sugando. 
E eu preciso de você em contagem regressiva. Em sussurros. 
Você fica. 

03 setembro, 2013

Talvez...

   
Talvez ele até mereça essa sua atenção momentânea, mas a longo prazo ele é um homem que não funciona direito. 

É como se ele fosse uma vitrola antiga, com a agulha defeituosa: se você parar para prestar mais atenção, vai se dar conta que ele fica roçando no vinil e atrapalhando a música, provocando aqueles ruídos que dão agonia nos dentes. 
E sabe o que é pior? Ele não tem conserto, não há peças de reposição no mercado, é chamado de causa perdida. 

Por que você não abraça uma árvore? Vai dar na mesma.

24 agosto, 2013

Moço,



eu não aceitaria ficar contigo mil anos e o porquê é bem óbvio: eu não viverei mil anos. 

Mas quem sabe, por uma semana ou duas, aceitaria dividir algumas tardes.
Talvez eu te deixasse encostar nos meus joelhos. 


Afinal, para sempre é muito tempo. 
A gente tenta até amanhã, depois até segunda. Duas ou três semanas, sem mais. Um mês ou dois? Três meses ou seis? Um ano, talvez... E deixa a vontade mostrar até quando.

12 agosto, 2013

Não se admire.

E a verdade é que eu não sou, é isso que eu queria dizer: Eu não sou diferente. 
Eu gosto de livros, todo mundo sabe que eu gosto — eu amo —, mas nunca vou ficar encarregada de um livro porque as minhas ideias são imbecis e eu sou ruim da cabeça. Não tem nada de diferente nisso, nada de fascinante, de interessante, que valha a pena conferir. O meu cabelo é normal e os meus olhos são dã. O meu corpo é um nada. Estou 'acima do peso' e a minha boca é fina demais. As minhas roupas são simples, as minhas piadas são forçadas e complicadas e ninguém mais ri. Eu falo demais, não sei dizer a coisa certa para fazer as pessoas gostarem de mim, só fico quieta e estranha, sei lá.

05 agosto, 2013

Perdoa.

Perdoa minha falta de assunto. Minha inabilidade em aquietar a mente. Perdoa meu corpo, minha vontade, meu silêncio. Perdoa essa marca. Não é dor. Não é tristeza. São muitas luzes acesas e pouco... pouco. São quatro, cinco, seis, ou mais das melhores horas da semana e depois nada. 

29 julho, 2013

Tá, e daí?


Tenho muitos amigos casados — não muitos casados e felizes, mas muitos casados. Em geral, meus amigos casados e felizes são como meus pais: ficam chocados com minha solteirice. Uma garota inteligente, bonita e legal como eu, uma garota com tantos interesses e entusiasmos, faculdade legal, uma família amorosa... Eles erguem as sobrancelhas e fingem pensar nos homens que poderiam me apresentar, mas sabemos que não sobra nenhum, nenhum bom, e sei que eles secretamente pensam que há algo errado comigo, algo escondido que me torna insuficiente.

Aqueles que não são felizes — aqueles que se acomodaram — desprezam ainda mais minha solteirice: "Não é tão difícil encontrar alguém para casar", dizem. "Nenhuma relação é perfeita", dizem — eles, que se contentam com TV como conversa, que acreditam que capitulação marital (Sim, querida. Claro, querida.) é o mesmo que chegar a um acordo. 

21 julho, 2013

Eu podia te dizer que sinto muito

Você me disse “eu sempre vou saber o caminho de casa" e eu pensei “realmente, uma casa nunca sai do lugar". Mas não me vale de nada ser tua casa se não é nela que você quer morar. Porque a verdade é que não admito você ser metade por não ter mais vontade de ser inteiro. 
Eu ainda penso, e esse é meu problema afinal. Pensar demais cansa, faz a cabeça doer e a gente desistir. O problema é que eu canso, minha cabeça dói, eu desisto.

14 julho, 2013

O lado bom das coisas ruins.

A psicóloga me disse que não há nada de bom na depressão. Ela aprisiona no sofrimento pessoas que, paralisadas, não conseguem tomar atitudes que melhorariam a vida. Isolam-se e ficam remoendo os problemas. 
Eu acho que há oposição em todas as coisas e até a depressão tem seu lado positivo. E explico: quando um tecido está prestes a ser lesionado durante uma atividade física, nossos neurônios transmitem um estímulo que nos impede de seguir além de nossos limites. A depressão funciona da mesma forma - mas, em vez de impedir fisicamente que você assuma um risco, ela atua no ânimo. A euforia e a depressão servem para regular nossas ações na busca por um objetivo. Nessa mesma ótica, concluo:

03 julho, 2013

Vamos falar sobre...

Vamos falar sobre a televisão desligada, já que todo barulho é incômodo quando não é a sua voz que me distrai. 
Vamos falar sobre o escuro e do quarto sempre pequeno demais. 
Vamos falar dos meus olhos cerrados e dos perfumes - o seu, o meu. 
Vamos falar sobre as músicas que deixei de ouvir e das que passei a ouvir. 
Vamos falar sobre a vida que não sai do lugar, sobre os livros velhos que li.
Vamos falar sobre as poesias que passei a odiar. 
Vamos falar sobre olheiras, chá, chocolate e solidão. 
Vamos falar sobre amor, mas falemos pouco e prometa que não vamos falar sobre a falta. 
Vamos falar, então, sobre o celular desligado. 
Vamos falar sobre o incêndio no meio do mar que me provoca arrepio de poesia na costela, porque escrever é parte grande da minha vida, o blog é a minha história, meu paradoxo, meu modo de te deixar. 

21 junho, 2013

E me diz todas essas loucuras...



 ... porque sabe que te escuto. Sabe que eu entendo e sabe que ainda gosto de você. Talvez não daquele jeito que o sentimento surgia, mas calmo, simples e silencioso. Sabe que te amo com um sorriso, com uma música, com uma palavra. 
O fogo já não nos envolve mais, mas a nuvem é calma e chove sobre nós. Uma chuva constante e tranquila, sobre corações que já não se tocam, mas ainda se querem muito e (quem sabe) eternamente bem.




09 junho, 2013

A gente vai se ver de novo

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     "A gente vai se ver de novo, eu vou te ver de novo, nós vamos dar certo em outro momento" ― eu falava baixinho enquanto te via subir as escadas. 
     Fechei os olhos e desejei intensamente acreditar em destino, caminhos cruzados, alma gêmea e essas coisas... Só pra acreditar um pouquinho que a gente iria ser pra sempre. Só pra me enganar mais um pouquinho sobre nós enquanto te via indo embora da minha vida.

25 maio, 2013

Um dia você vai se lembrar de mim.



 Os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum para discar. Talvez, até tente o meu... Você vai tentar chamar alguém, mas não vai haver ninguém pra sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo ou acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar - coisas que eu sempre quis e estive disposta a fazer. 
  Nessa fração de segundo, quando seus pés perderem o chão, você vai lembrar do meu carinho e do meu sorriso infantil. Virão súbitas memórias gostosas dos meus beijos e abraços, da minha preocupação quando você saía e esquecia de pegar a blusa de frio e essas coisas… 

20 maio, 2013

A gente se acostuma, mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.


A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.


A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
[Texto de Marina Colasant]

04 maio, 2013

Coisas que me irritam - Só comecei.

Fofoca. Dor de ouvido. Dor de cotovelo. Gente sem noção. Indiretas no perfil das redes sociais. Telemarketing. Telefone. Gente que liga pro meu celular e pergunta: “quem está falando”? Preconceito. Frescura. Desonestidade. Arrogância. Cobranças (de qualquer espécie). Gente que não tem nada a ver com a história. Mentirosos compulsivos. Imposições. Falta de dinheiro. Falta de jeito. Falta de pontualidade. Falta de gentileza. Falta de atitude. Falta de espaço. Falta de humor. Falta de amor. Ficar doente. Minha mãe. Cólica. Ovo mal cozido. Gente pessimista. Gente egoísta. Gente mal-educada. Gente interesseira.

27 abril, 2013

Quer dizer, gostar de você não é fácil.

É como gostar de uma parede, ou de uma pedra. Na verdade, seria mais fácil gostar delas
Não que você seja sem emoção ou sem coração. Mas eu sei que você e eu não prestamos juntos. Veja, eu não sei nem usar um termo “nós” porque, pra ser sincera, nunca existiu nada demais entre a gente. E ainda assim, sempre que você vai embora, é como se tivesse tudo acabado.
Mas o que acabou? 

14 abril, 2013

Quem garante?

          A gente vive buscando garantias.
          Queremos que dê certo. Queremos fazer dar certo. Lutamos para colocar tudo nos trilhos, nos eixos.
          A coisa é que a vida segue seu sistema. Os sentimentos tem seus próprios passos de dança e, de vez em quando, somos obrigados a ensaiar um novo passo que nem sempre dura. Nem sempre é eterno. Nem sempre é como um sonho bom. E precisamos lidar com isso, nem que seja na marra. Nem que tenha que engolir o choro e de vez em quando forçar um ou outro sorriso.


05 abril, 2013

E era só uma brincadeira?



 A gente ficar. Juntos. 
Digo, sermos qualquer coisa no plural. Mais que abraços-estrala-costas de até amanhã e beijos no rosto com os olhos querendo se fechar... era tudo só brincadeira, não era?


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21 março, 2013

Deveria ter paz.

           E lá vem você me perguntar porque é que eu estou "assim". E me zuar se eu estiver sozinha e fazer cara estranha se eu for sair com alguém. E lá vem você me olhar apaixonado e, no segundo seguinte, frio. E a gente discute coisas do passado enquanto tenta viver o presente. E lá vem você me fazer sofrer um choque térmico quando chega a hora de dar tchau. E implica com meu jeito e minhas manias. E a gente bebe do mesmo copo, da mesma garrafa, do mesmo canudo. E lá vem você falar para eu não sofrer e para eu ir embora e para eu ficar e para eu não esperar nada e para eu não desistir. E eu me digo que não é você. Porque, se fosse, meu sono seria paz.

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10 março, 2013

Então é assim que a vida faz...

Foi atrás dela e marcou um novo encontro. Ela aceitou o encontro, mas não o beijo. Dissimulou, simulou concorrências. Desistiu, ela telefonou. Se beijaram, foram ao cinema, tentaram fazer sexo, mas foi cômico e o clima se foi. Se beijaram outras vezes. Ele andou sumido por sete dias consecutivos. Ela jurou não ficar mais com ele. Depois se rendeu. As mãos suaram, o medo fugiu. Elegeram uma canção preferida para os dois e a ouviram 392 vezes. Sorriram na fila do supermercado. Conheceu a mãe dele. Ficou pro jantar. Disse que ficaria para sempre. Contou para ele sonhos sem nexo. Fez ele decorar a fórmula de Baskara. Ele se envergonhou e disse coisas baixinho. Ela entregou cartas amorosas, falou dele com as amigas, encheu o saco das tais amigas. Pediu coisas com voz de criança, pediu música em madrugadas de brisa. Foi perseverante, foi perversa. O deixou com cara de bobo. Discutiu a relação por sms e na porta do bar. Viajaram.

05 março, 2013

Coisas que nunca vou dizer para ele

Existem algumas coisas que eu nunca vou dizer para ele.
Eu gosto de pensar que eu provavelmente já disse essas coisas ou que estou dizendo agora mesmo numa outra dimensão onde, certamente, estamos juntos - preciso acreditar que em algum lugar no tempo-espaço nós somos NÓS - e enfim, o que eu diria afinal? Só o básico...

22 fevereiro, 2013

De certas pessoas...

Muita gente já me perguntou se eu acredito que exista uma “pessoa certa” para cada um de nós. Para responder, é preciso considerar:
1º Uma pesquisa que saiu uns 3 anos atrás concluiu que se apaixonar leva 0,2 segundos. Quando você se apaixona, 12 áreas do seu cérebro trabalham juntas para produzir o mesmo efeito eufórico que é notado nos usuários de cocaína. Se apaixonar é muito mais científico e racional do que você, provavelmente, imagina.

2º Não adianta você querer acreditar que vai encontrar a “pessoa certa” por aí se continuar ignorando os detalhes. Eu explico: quando você sai de casa para o trabalho, para o estudo, pra diversão, whatever..., entenda que qualquer coisa pode dar início a uma cadeia de lapsos no seu cérebro que direcionará uma informação para seu subconsciente que ficará lá para só se manifestar de verdade semanas depois num convite inocente, numa volta pra casa, numa conversa, numa fotografia ou enquanto está rolando uma música de fundo.

14 fevereiro, 2013

Guerra ao "Eu te Amo"


Nunca fui fã do "Eu te Amo"... sempre gostei mais dos:
 'pensei em você', 'pô, saudade', 'ouve essa música', 'vem cá...'

 Você pode até começar a gostar de alguém rápido, mas precisa dizer rápido também? Poxa, espera. Guarda, sério! As vezes passa e você nem percebe..
Não que eu deteste um "Eu te Amo", não é isso... eu só não tenho pressa... nem pra ouvir nem pra dizer.

30 janeiro, 2013

O cansaço não pode parar.

Cansada de amores incompletos, de amores platônicos, de falta de amor, de excesso disso e daquilo e da falta que faz.
Cansada de "apesar de".
Cansada do rabo entre as pernas, da sensação de estar sendo prejudicada; cansada de "a vida é assim mesmo".

21 janeiro, 2013

Para esclarecer.



           Eu não te amei. E, se amei, já é tarde demais para saber. Por isso, fico com o 'nunca houve nada entre nós'.
Teve carinho, teve amizade, teve uma ponta de cumplicidade. Não houve união, muito menos força. Fomos mais apenas duas mentes entediadas procurando diversão.
           Eu não te amei. Mas inflo o peito para dizer que amei quem eu era quando estava contigo - que me perdoem os que detestam clichês.

13 janeiro, 2013

Eu te conto! É pura saudade...


          Você se pergunta se ele também pensa em você e fica aí, sem reposta... Mas, ó, eu te conto: ele pensa sim! Com sombras de dúvidas, obviamente, mas ninguém apaga tudo assim.

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04 janeiro, 2013

Das alergias...


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Como uma flor, eu preciso de cuidados. Preciso ser regada com afeto e dependo dos raios da felicidade. Não espero ser uma flor colorida, nem perfumada, só espero ter minhas pétalas intactas.

Como uma flor, gosto de agradar a todos, mas algumas pessoas costumam ter alergia da minha grande quantidade de pólen (que prefiro chamar de amor); então espirram em mim e transferem todo o vírus de frieza que eles continham.

Meu organismo se defende e mata toda a frieza depois de um tempo... Por isso sempre aceita novas alergias.