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05 maio, 2014

E então começa tudo de novo:

a rotina. Acordar cedo, tomar um leite morno de mal humor, cumprimentar o motorista por educação, ceder o lugar no ônibus a alguma senhora de idade porque é preciso.
Rotina é ruim. Qual a graça de frases feitas? O bom da vida é dizer coisas fora de hora, de sintonia e de espaço. Abraçar ao invés de estender a mão. Acompanhar até em casa ao invés de dar tchau no portão. Entrar em um restaurante aleatório ao invés de preparar sempre o mesmo prato. Sorrir para um estranho que chora. Chorar de felicidade instantânea.

mudança | via Tumblr

São as pequenas coisas do dia que o determinam. Mesmo que a gente não tenha mais tempo de olhar pro céu logo de manhã, ou de olhar nos olhos da pessoa que está sentada ao nosso lado na estação do metrô. Mesmo assim, a gente precisa tirar um tempo para olhar para nós mesmos. Pro que fica dentro, longe dos olhos superficiais alheios. Pro silêncio que nos ecoa quando a cidade grita e o relógio não gira no sentido horário. 
A gente precisa mudar o percurso do trabalho, da escola ou da faculdade de vez em quando para descobrir que existem outros trajetos. E outras pessoas. E outras histórias no meio das ruas paralelas que quase ninguém vê. A rotina pode ser mais fácil, mas sempre existem opções melhores para dias melhores. 
Não caia na comodidade: ela, por si só, já é a própria loucura.

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